Olá pessoas!
Bem, para vossa surpresa, hoje não é
nem a Carla nem a Catarina que vos escreve! A pedido de muitas famílias, sou
eu, “a Nutricionista” que vem cá falar. Pois bem, a partir de hoje será
habitual que eu também dê cá a minha opinião. Como tal, acho bem começar por
uma pequena introdução:
O meu nome é Angélica, tenho 23 anos, sou licenciada à 1 ano e meio e
estou no momento a trabalhar numa Instituição Particular de Solidariedade
Social (conhecidas como IPSS). A par do trabalho estou ainda a fazer mestrado
em Alimentação Coletiva.
Introduções
feitas, confesso que foi algo complicado decidir o que haveria de falar neste
primeiro post. Hoje em dia toda a gente fala e toda a gente (acha que) sabe
sobre Nutrição. Lembrei-me que de todas as vezes que me perguntam a profissão e
eu respondo “Nutricionista”, em 99% das vezes sou bombardeada com questões como
“Já agora, o que é que eu faço para emagrecer?” ou “A minha namorada vai adorar
conhecer-te!” ou ainda “Posso comer pão?”. São perguntas normais de quem está
integrado numa sociedade que todos os dias é bombardeada com notícias de
dietas, de superalimentos e de novos fármacos para perda de peso. Posto isto,
acho importante que antes de qualquer coisa todos percebamos como funciona o
nosso organismo, porque basta perceber o nosso organismo para respondermos a
todas as questões anteriores.
O nosso
corpo é semelhante a um carro. Um carro faz quilómetros e queima gasolina. O
nosso corpo mexe-se, digere, pensa, fala (…) e queima calorias. Essas calorias
provêm dos alimentos que ingerimos. Tal como nos carros, há o gasóleo, a gasolina
95 e a gasolina 98. O nosso corpo também precisa de diferentes nutrientes e,
consequentemente, diferentes alimentos. O nosso cérebro necessita de hidratos
de carbono, os nossos músculos necessitam também de proteínas.
Voltando ao carro sabemos que existe uma relação direta entre
os litros de gasolina e os quilómetros que fazemos. Também no nosso corpo há uma
relação direta entre as calorias que ingerimos e as que gastamos. Esta relação
traduz-se no conceito de “equilíbrio energético” retratado na imagem.
Se ingerimos
2000 kcal e gastamos, no nosso dia-a-dia, 1500 kcal, é fácil perceber que as
restantes 500 kcal não serão gastas. Em resultado disto, este excesso calórico tende
a ser acumulado no nosso organismo sob a forma de gordura. E depois é natural
ouvirmos “Engordei 2 kg no Natal!” Está explicado!
Por outro lado, se ingerimos 1500 kcal
e gastamos 2000 kcal, é também fácil perceber que ficam a faltar 500 calorias.
Neste caso, o nosso organismo recorre, através de processos bioquímicos às
nossas reservas e torna-se então possível a perda de peso.
Idealmente,
se temos um peso adequado à nossa estatura devemos tentar manter o equilibro
energético, ou seja, ingerir calorias na mesma quantidade daquelas que gastamos
ao longo do dia.
E como vos
disse, percebendo isto, consegue-se responder às habituais perguntas:
“Já agora, o que é que eu faço para
emagrecer?” - Se precisa de perder peso tem que garantir que gasta mais calorias
do que aquelas que consome de forma a garantir um balanço energético negativo e
perder peso. Para tal, substitua a ingestão de alimentos calóricos como os
açúcares e as gorduras saturadas por alimentos saudáveis como as frutas e os
legumes. A isto, alie a prática regular de exercício físico.
“Posso comer pão?” - Todos os alimentos
fornecem energia, ou seja calorias. Isso mesmo, todos. E se pretender trocar o
pão ao lanche por umas bolachas, fique a saber que muitas vezes as bolachas são
mais calóricas e contêm maior quantidade de açúcar e gordura. A par disto, se o
pão for escuro, integral ou com sementes, possui também mais fibra que é também
importante para o nosso organismo. Em conclusão, pode comer pão desde que em
quantidades razoáveis. Tenha apenas em atenção àquilo que coloca no pão, pois
muitas vezes a “asneira” está no recheio. Mas isso será assunto para outros
posts.
Espero que hoje tenham gostado desta
pequena introdução e tenha esclarecido algumas das vossas dúvidas. Para a
semana volto.
Aproveitem e digam-nos que assuntos pretendem ver aqui falados!
Um beijinho bem nutrido,
Angélica
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